Preconceituar ou conhecer mais

Podemos aproveitar o que há de melhor no mundo ou estreitar nossa visão?

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Uma palavra que não deveria existir em nossas vidas: preconceito. É sinônimo de redução, encolhimento, algo diminuto.  Como a própria palavra nos sugere, é algo que trago já pronto como pré-cozido, pré-aquecido, etc. Quando já trago meu juízo de valor sobre algo, já reduzo-o à minha visão, ao meu modo de ver e sentir. Não sou totalmente aberta, receptiva a receber algo para posteriormente analisar, refletir e tirar conclusões.

O preconceito não permite ampliar, expandir a visão do mundo porque ele faz chegar conceitos primeiramente já afirmados e balizados até onde posso conceber.

O preconceito se faz presente de várias formas em nossas vidas. Uma forma até “engraçada” e na maioria das vezes imperceptível diz respeito à educação das crianças. Nos aprofundamos numa teoria ou numa metodologia qualquer e deixamos de perceber valores positivos que existem em outras, chegando até muitas vezes a negar a realidade que se encontra bem diante dos nossos olhos.

Letramento

Vejamos: nunca o universo em que vivemos com os pequeninos foi tão “letrado”. Placas de sinalização, outdoors, livros, jornais, TV, internet e demais telas estampam letras, palavras, números, imagens… e os bebês vão crescendo nessa imersão, fazendo leitura do mundo que vem a eles através dos olhos, dos ouvidos. A escola não deve ter a preocupação de alfabetizar as crianças desde cedo por causa disso.

Porém também não deve ter preconceito em relação ao universo letrado porque é um direito da criança ter interesse, levantar hipóteses, querer saber o que está por trás. Se uma criança de qualquer idade tiver curiosidade em saber como se escreve o nome de sua mãe, por exemplo, deve-se passar este conhecimento a ela. É ela quem decidirá o que fazer com ele.

É muito preocupante nos “especializarmos” em uma teoria e não olharmos em volta. Quantos bons teóricos dedicaram suas vidas em busca de solução mais verdadeira e mais eficaz para ajudar o desempenho das crianças! Não somos nós que devemos colocar este ou aquele método em primeiro lugar ao ponto de esquecermos que o mais importante não é o método e sim a criança. Meu conceito pré-estabelecido, ou seja, meu preconceito pode ser destrutivo e em nada acrescentar.

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